Os transtornos alimentares de uma maneira geral, geralmente apresentam as suas primeiras manifestações na infância e na adolescência e podem ser divididos em alterações do comportamento alimentar em dois grupos:
- Aqueles transtornos que ocorrem precocemente na infância e que representam alterações da relação da criança com a alimentação. Estas condições parecem não estar associadas a uma preocupação excessiva com o peso e/ou a forma corporal, mas podem interferir com o desenvolvimento infantil.
- E os de aparecimento mais tardio e que são constituídos pelos transtornos alimentares propriamente ditos: a anorexia nervosa e a bulimia nervosa.
O fato é que as informações sobre transtornos alimentares compulsivos tem evoluído ao longo das últimas décadas. Segundo a National Eating Disorder Association, a compulsão alimentar recorrente sem o uso regular de comportamentos compensatórios, como vômitos, excesso de exercícios ou uso de laxantes levam à obesidade e aos comportamentos alimentares atípicos. Já o transtorno alimentar compulsivo, de fato, assim como outros transtornos alimentares, não são inteiramente compreendidos.
Nesse ponto, é importante dizer que existe diferença entre comer demais e compulsão alimentar. Pesquisas têm demonstrado que a compulsão alimentar é causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e de estilo de vida, incluindo outros transtornos e sintomas mentais, estigma em relação ao peso, dietas frequentes ou restritivas e traumas na infância. E, sendo assim, o que torna a compulsão alimentar diferente de simplesmente comer demais é que os episódios de compulsão ocorrem com mais frequência e são suficientemente impactantes para interferir na vida, nos relacionamentos e no trabalho de alguém. Indivíduos que sofrem com transtorno de compulsão alimentar sentem-se frequentemente com vergonha, muitas vezes escondem seus comportamentos ou mentem sobre sua ingestão de alimentos, eles também gastam quantidades anormais de tempo pensando em comer.
Sintomas
Atualmente, os critérios oficiais para o diagnóstico do transtorno alimentar compulsivo incluem:
• Perda de controle sobre a quantidade de comida consumida;
• Perturbação emocional em episódios de compulsão;
• A compulsão corre pelo menos uma vez por semana, durante três meses seguidos.
• Além de mais três sintomas dos descritos abaixo:
• Comer mais rapidamente do que o comum;
• Comer até sentir desconforto e estufamento constantemente;
• Comer grandes quantidades de alimentos sem estar com fome;
• Comer sozinho por estar envergonhado da quantidade de comida ingerida;
• Sentir-se enojado consigo mesmo, deprimido, ansioso ou muito culpado depois de comer demais;
• Guardar alimentos para consumir em segredo;
• Experimentar sentimentos de estresse ou ansiedade que só podem ser aliviados comendo;
• Sentimentos de dormência enquanto come compulsivamente;
• Não se sentir saciado mesmo após comer;
Quem sofre com transtorno alimentar compulsivo experimenta também sintomas físicos, emocionais e sociais relacionados à sua alimentação, incluindo:
• Maior risco de obesidade;
• Maior risco de doença cardíaca, diabetes e hipertensão;
• Aumento da ansiedade, depressão e irritabilidade;
• Problemas para dormir e insônia;
• Doença da vesícula biliar;
• Dores musculares e articulares;
• Problemas digestivos.